quarta-feira, 26 de maio de 2010

Leituras da Solenidade de Corpus Christi




Rezemos:
Senhor Jesus, que instituístes na última ceia, o memorial da Vossa Paixão, dai-me a graça de pelo vosso Santíssimo Corpo e Sangue jamais separar-me de Vós
I Leitura - Gen 14,18-20
Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, mandou trazer pão e vinho, e abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que criou o céu e terra!
Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos em tuas mãos!” E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.

II Leitura - I Cor 11,23-26
Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim.
Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim.
Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha.

Evangelho - Lc 9,11-17
Logo que a multidão o soube, o foi seguindo; Jesus recebeu-os e falava-lhes do Reino de Deus. Restabelecia também a saúde dos doentes.
Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe: Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto.
Jesus replicou-lhes: Dai-lhes vós mesmos de comer. Retrucaram eles: Não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo.
Pois eram quase cinco mil homens. Jesus disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta.
Assim o fizeram e todos se assentaram.
Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo.
E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.
Meditação
"A Eucaristia - o centro de nosso ser cristão - se funda no sacrifício de Jesus por nós, nasceu do sofrimento do amor que na Cruz encontrou seu cume "
S.S. Bento XVI
Ao instituir a Eucaristia durante a Ceia, Nosso Senhor perpetuou sua presença entre nós até o fim dos tempos, comprindo o que Ele mesmo dissera aos discipulos depois de sua Ressureição: "Eu estarei convosco até a consumação dos tempos".
Na segunda leitura, São Paulo nos relata, sobre a Santa Ceia, o que Ele diz ter recebido do Senhor é na verdade, o que chamamos de Tradição Oral, onde os fatos se perpetuam através de relatos dos outros seguidores do Senhor.
No Evangelho, São Lucas nos narra a passagem da multiplicação dos pães, e percebemos que o Senhor manda que os seus lhes deem eles mesmo de comer, isto quer dizer, evangelizai-os vós agora. Isso é o que Jesus diz a cada um de nós nos dias de hoje, dai-lhes vós mesmos de comer, ensinai-os, falai de Mim, do Meu Reino, onde a preferência é do excluído e do marginalizado.
mas o Senhor, percebendo que elesainda não estavam prontos para caminhar com os próprios pés, manda que aqueles que o seguiam se sentassem, então pega cinco pães e dois peixes, que em outro evangelho nos diz que foi trazido por um menino, dá graças ao Pai, mostrando o sentido de rezarmos sempre antes das refeições.
E os doze cestos que sobraram , representam as doze tribos de Israel, que na Alinaça do Sangue do Senhor são os doze apóstolos do Cordeiro Imaculado.
O significado da realeza da Solenidade de hoje é por que no Tríduo Pascal, devido a atmosfera de morte que envolve a vida do Senhor não se presta a o devido culto a Santa Eucaristia, por isso hoje os fieis saem em procissão pelas ruas manifestando a presença real de Cristo no Sanyo Sacramento do Altar.

A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao Século XIII. A Igreja Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.

O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. Conta a história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, de costumes irrepreensíveis, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o Dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido da dúvida. Na hora da Consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sangüíneos e as toalhas do altar sem no entanto manchar as mãos do sacerdote, pois, a parte da Hóstia que estava entre seus dedos, conservou as características de pão ázimo. Por solicitação do Papa Urbano IV, que na época governava a igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus do Mundo o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor.

A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264. O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.

A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: ‘Este é o meu corpo...isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim’. Porque a Eucaristia foi celebrada pela primeira vez na Quinta-Feira Santa.

A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, "para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo." É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (cân. 395).

domingo, 23 de maio de 2010

Leituras da Solenidade da Santíssima Trindade


Antes de ler e refletir sobre os textos, reze:

Espirito Santo, Alma da Igreja, Amor do Pai e do Filho, abri meu coração e minha mente, para que eu possa meditar, entender e aplicar em minha vidas as Vossas Santas Palavras.


LEITURA I – Prov 8,22-31
Leitura do Livro dos Provérbios:
Eis o que diz a Sabedoria de Deus: «O Senhor me criou como primícias da sua atividade, antes das suas obras mais antigas.
Desde a eternidade fui formada, desde o princípio, antes das origens da terra.
Antes de existirem os abismos e de brotarem as fontes das águas, já eu tinha sido concebida.
Antes de se implantarem as montanhas e as colinas, já eu tinha nascido; ainda o Senhor não tinha feito a terra e os campos, nem os primeiros elementos do mundo.
Quando Ele consolidava os céus, eu estava presente;
Quando traçava sobre o abismo a linha do horizonte, quando condensava as nuvens nas alturas, quando fortalecia as fontes dos abismos, quando impunha ao mar os seus limites para que as águas não ultrapassassem o seu termo, quando lançava os fundamentos da terra, eu estava a seu lado como arquiteto, cheia de júbilo, dia após dia, deleitando-me continuamente na sua presença.
Deleitava-me sobre a face da terra e as minhas delícias eram estar com os filhos dos homens».

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 8
Refrão: Como sois grande em toda a terra, Senhor, nosso Deus!
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes, que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes?

Fizestes dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes; destes-lhes poder sobre a obra das vossas mãos, tudo submetestes a seus pés:

Ovelhas e bois, todos os rebanhos, e até os animais selvagens, as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos.

LEITURA II – Rom 5,1-5
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos,
apoiados na esperança da glória de Deus.
Mais ainda, gloriamo-nos nas nossas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz a constância, a constância a virtude sólida, a virtude sólida a esperança.
Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado.

EVANGELHO – Jo 16,12-15
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer,
mas não as podeis compreender agora.
Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que está para vir.
Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará.
Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vo-lo anunciará».

REFLEXÃO
TRINDADE, COMUNIDADE DE AMOR
Re-iniciamos o Tempo Comum, e podemos dizer que não encerrou-se o Tempo Pascal, mas que iniciamos agora o “tempo da Igreja”. Tempo do anúncio, do testemunho, da missão: tarefa essencial dos discípulos de Jesus Cristo.
Celebramos intensamente os mistérios da Paixão, Morte, Ressurreição, Ascensão e do Pentecostes, e embebidos do vigor e do ânimo advindos do Mistério Pascal do Senhor somos enviados pelo mundo inteiro para anunciar esta grande Boa - Nova: Jesus Cristo, Deus Eterno, Deus da Vida (Mt 28,19).
E neste início de itinerário de anúncio do Senhor e de seu Reino, Deus se nos manifesta de um modo particular, e nos mostra seu “jeito de ser”: COMUNIDADE, FAMÍLIA.
Não queremos adentrar no Mistério da Santíssima Trindade, porque nos faltam até mesmo expressões para tenta falar do Deus Trino. Aí, é quando recorremos à velha história de Santo Agostinho (o menino, o buraquinho na praia e o mar).
Para nós, basta centrarmo-nos na ideia de Deus como uma família bem unida, e família bem unida no Amor. Deus, dessa forma é plena e unicamente Amor, uma Comunidade Perfeita, onde Um revela a face do Outro.
Neste sentido, a Liturgia da Solenidade da Santíssima Trindade, nesse ano C, nos propõe Leituras que nos falam dessa realidade.
Na Primeira Leitura do livro dos Provérbios, a Sabedoria de Deus, o próprio “Verbo”, nos revela um Deus atemporal, presente desde tudo e por tudo: Deus eterno. Um Deus que em nada se prende a Si, mas que por fim, sente “alegria em estar com os filhos dos homens.” (Pr 8, 31)
São Paulo em sua carta aos Romanos nos diz que os justificados por Deus herdam as graças que vêem do próprio Pai. E ser justificado por Deus, é ter a oportunidade de fazer parte do número de seus eleitos, de ter sobre si a garça e a misericórdia do Altíssimo: acesso à Salvação. De nossa parte, cabe a adesão total e incondicional à obra do Deus – Amor: anunciar suas maravilhas, sua Bondade, seu Reino de justiça e libertação.
Todos os que se propõem a essa obra recebem de Deus o Espírito fortificador que impulsiona e dá força para o anúncio. Não importam as tribulações. Inclusive essas, são meio de perseverança e esperança na proclamação da Boa-Nova. Aí, “a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).
Por fim, João é enfático ao acentuar que o Espírito é aquele que nos traz a “luz da verdade”, Ele é o “Espírito da Verdade” (Jo 16, 13). E é Verdade porque é Deus, e sendo Deus não está centrado em si mesmo, “não fala de si mesmo”, mas mostra o Pai e o Filho Glorificado. E o Pai e o Filho são comunhão, não há nada entre Eles: tudo o que é do Pai é do Filho, e vice e versa. Essa comunhão atesta a unidade entre o plano salvador do Pai, proposto nas palavras de Jesus e tornado realidade na vida da Igreja, por ação do Espírito.
Esta Solenidade, lançando-nos e interpelando-nos para o anúncio e para a própria busca dessa unidade expressa pelo Deus – Trino, nos mostra a manifestação do Espírito de amor a cada um de nós, para que, amando-nos como o próprio Cristo nos amou, entremos em intimidade com a divina Comunidade de Amor

Liturgia da Palava do Domingo de Pentecostes

Primeira Leitura
"Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam". É assim que S. Lucas nos relata a vinda do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos, reunidos em oração, no Cenáculo, em Jerusalém.

Atos dos Apóstolos 2, 1-11
Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e posou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem. Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua. Atônitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar? Então, como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua? Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judéia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia, da Frígia e da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».

1 «Pentecostes» significa, em grego, quinquagésimo (dia depois da Páscoa). Os Judeus chamavam-lhe festa das Semanas (em hebraico, xevuôth, 7 semanas depois da Páscoa). Era uma festa em que se ofereciam a Deus as primícias das colheitas, num gesto de acção de graças. Mais tarde, os rabinos também lhe deram o sentido da comemoração da promulgação da Lei no Sinai.

3 «Línguas de fogo que se iam dividindo». O fogo toma esta forma talvez para significar o dom das línguas. Esta nova divisão das línguas tem a finalidade de unir os homens numa mesma fé e não de os separar com aquela divisão das línguas de que se fala no Génesis (11, 1-9).

4 «Começaram a falar outras línguas». Jesus tinha anunciado este prodígio, até então desconhecido (cf. Mc 16, 17). Trata-se de um fenómeno sobrenatural, não do simples fenómeno de exaltação. No entanto, não há total acordo entre os exegetas para explicar o milagre das línguas do Pentecostes. A explicação mais habitual é que os Apóstolos falaram então verdadeiros idiomas novos (cf. Mc 16, 17), mas em Actos não se fala de línguas novas (kainais), como em Marcos, mas de línguas diferentes (cf. v. 4: hetérais). Alguns dizem que o milagre estava nos ouvintes que ouviam na própria língua das terras donde vinham (v. 8) aquilo que os Apóstolos diziam em aramaico. Outros, especialmente nos nossos dias, põe este milagre em relação com o dom das línguas, ou glossolalia, carisma de que se fala em 1 Cor 14, 2-33: seria um tipo de oração extática, especialmente de louvor, em que se articulavam sons ininteligíveis (algo parecido com aquele fenômeno místico a que Santa Teresa de Jesus chama «embriaguez espiritual, júbilo místico»); sendo assim, o que aconteceu de particular no dia do Pentecostes, foi que não era preciso um intérprete (como em 1 Cor 14, 27-28) para que os ouvintes entendessem o que diziam os Apóstolos: os ouvintes de boa fé receberam o dom de interpretar o que os Apóstolos diziam, ao passo que os mal dispostos diziam que eles estavam ébrios (v. 13). De qualquer modo, em Atos nunca se diz que a pregação de Pedro (cf. vv. 14-36) foi em línguas; o discurso aparece como posterior a este fenômeno referido no v. 4.

9-11 Temos aqui uma vasta referência às diversas procedências dos judeus da diáspora: uns teriam mesmo vindo em peregrinação, outros seriam emigrantes que se tinham fixado na Palestina. De qualquer modo, esta enumeração bastante exaustiva e ordenada (a partir do Oriente para Ocidente) põe em evidência a universalidade da Igreja, que é católica logo ao nascer, destinada a todos os homens de todas as procedências, manifestando-se esta catolicidade na capacidade que todos têm para captar e aderir à pregação apostólica. Por outro lado, também a unidade da Igreja se deixa ver na única mensagem e no único Batismo que todos recebem; como se lê na 2.ª leitura de hoje, (v. 13) «a todos nos foi dado beber um único Espírito».



Salmo Responsorial Sl 103 (104), lab.24c.29bc–30.31.34
O salmo de hoje é um hino de louvor a Deus Pai Criador do universo: Grato Lhe seja o nosso Canto! Glória a Deus para sempre! O Espírito divino dá vida a toda a criação. Cheios de confiança cantemos em comunhão com todos os crentes: Mandai, Senhor, o Vosso Espírito e renovai a terra.

Refrão: Enviai, Senhor, o vosso Espírito e renovai a face da terra.

Bendiz, ó minha alma, o Senhor.
Senhor, meu Deus, como sois grande!
Como são grandes, Senhor, as vossas obras!
A terra está cheia das vossas criaturas.

Se lhes tirais o alento, morrem
e voltam ao pó donde vieram.
Se mandais o vosso espírito, retomam a vida
e renovais a face da terra.

Glória a Deus para sempre!
Rejubile o Senhor nas suas obras.
Grato Lhe seja o meu canto
e eu terei alegria no Senhor.


Segunda Leitura S. Paulo sintetiza a riqueza da nossa vocação cristã: batizados no Espírito Santo, formarmos o povo de Deus.

1 Coríntios 12, 3b-7.12-13
Irmãos: Ninguém pode dizer «Jesus é o Senhor», a não ser pela acção do Espírito Santo. De fato, há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. 6Há diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum. Assim como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim também sucede com Cristo. Na verdade, todos nós – judeus e gregos, escravos e homens livres – fomos batizados num só Espírito, para constituirmos um só Corpo. E a todos nos foi dado a beber um único Espírito.

O contexto em que fala S. Paulo aos Coríntios é o de certa confusão que reinava na comunidade acerca dos carismas, em especial os de linguagem. Para começar avança com um critério de discernimento: que quem fala o faça de acordo com a verdadeira fé: «Jesus é o Senhor» é a confissão de fé na divindade de Jesus. Senhor equivale a Yahwéh na tradução grega dos LXX para o nome divino. Um acto de fé não se pode fazer só pelas próprias forças, é fruto da graça do Espírito Santo, que pelos seus dons, especialmente o do entendimento e o da sabedoria aperfeiçoam essa mesma fé.

4-5 Pertence à essência da vida da Igreja haver sempre, diversidade de dons espirituais (carismas), ministérios e operações. Estas três designações referem-se fundamentalmente aos mesmos dons de Deus em favor da edificação da Igreja, mas cada um destes três nomes foca um aspecto: a sua gratuidade, a sua utilidade e a sua manifestação do poder actuante de Deus. S Paulo apropria cada um destes aspectos a cada uma das três Pessoas divinas. Toda esta diversidade e variedade de dons procede da unidade divina e concorre para que a unidade a Igreja – um só Corpo (v. 13) – seja mais rica. O Concílio Vaticano II – L. G. 12 – recorda normas práticas acerca destes carismas, ou dons que Deus concede aos fiéis para «renovação e cada vez mais ampla edificação da Igreja, para o bem comum» (v. 7). E diz que os dons extraordinários não se devem pedir temerariamente, nem deles se devem esperar, com presunção, os frutos das obras apostólicas; e o juízo acerca da sua autenticidade e reto uso, pertence àqueles que presidem na Igreja, a quem compete de modo especial não extinguir o Espírito, mas julgar e conservar o que é bom (cf. 1 Tes 5, 12.19-21). Não se pode opor o carismático ao jerárquico: a vida da Igreja, que se expande pelos carismas, tem que se manter na esfera da verdade, garantida pela Jerarquia, a fim de que seja verdadeira vida, e não mera excrescência doentia e anormal, porventura um princípio de auto-destruição.

12 «Assim como o corpo...». A comparação não é original, mas da literatura profana. S. Paulo adapta-a maravilhosamente à Igreja, concebida como um corpo onde não pode haver rivalidades e divisão: «um só corpo». Aqui está latente a doutrina do Corpo Místico explanada em Colossenses e Efésios, mas ainda não se considera de fato a Igreja universal, o Corpo de Cristo, apenas se considera que os cristãos de Corinto são um organismo – um corpo – dependente de Cristo e com a mesma vida de Cristo (v. 27).

13 «E a todos nos foi dado beber um único Espírito». Os exegetas, tendo em conta que no v. anterior já se tinha falado do Batismo, pensam em geral haver aqui uma referência ao Sacramento da Confirmação, pois então estes Sacramentos se costumavam receber juntos (cf. At 19, 5-6).



Evangelho
São João 20, 19-23

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos».


Reflexão
Ficaram cheios do Espírito Santo
Jesus tinha prometido: «Recebereis uma força, a do Espírito Santo e sereis minhas testemunhas!» (At 1, 8). Os apóstolos, não se afastaram de Jerusalém e esperam, reunidos no mesmo lugar, o Cenáculo, a vinda do Espírito Prometido. Reunidos, com Maria, Mãe de Jesus, os Apóstolos perseveravam unidos em oração, esperando o cumprimento da promessa. Diz–nos S. Lucas, na primeira leitura, que no dia de Pentecostes, o Espírito desceu sobre eles sob a forma de línguas de fogo e como um vento impetuoso que encheu toda a casa e todos ficaram cheios do Espírito Santo. Começaram imediatamente a ser testemunhas! Começaram a falar outras línguas que cada um ouvia e percebia na própria língua materna. Ninguém mais os conseguirá calar: nem as dificuldades, nem as ameaças, nem o perigo de morte: «Nós não podemos calar o que vimos e ouvimos!» Os discursos de Pedro (At 2, 14; 3, 12), de Estêvão (Act 7), de Paulo (At 17, 22) e de tantos outros ao longo dos tempos, comprovam o desejo ardente de testemunhar a Boa nova de Jesus Cristo, nosso Salvador, que morreu por todos, para que todos se salvem!

Igreja do Espírito Santo.

«Ide por todo o mundo! Anunciai a Boa Nova!»

No dia de Pentecostes, os Apóstolos iniciam corajosamente a pregação do Evangelho. Depois, cheios do Espírito Santo, conquistaram todo o mundo pagão. A força do Espírito Santo fez do mundo antigo um mundo novo, o mundo do paganismo converteu-se ao cristianismo. Agora é a vez da Igreja levar a todos os homens a Boa Nova de Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou e nos prometeu o seu Espírito para nos recordar tudo quanto nos ensinou! Unidos e movidos pelo Espírito afirmamos que «Jesus é o Senhor para glória de Deus Pai»; a experiência do Espírito continua a revitalizar a sua Igreja. Quem já esqueceu o encontro dos jovens europeus, em Lisboa, realizado no final do ano 2004? A Esperança não desilude! Sim, porque o Pentecostes não é apenas acontecimento do passado, mas é de hoje e de amanhã. Sentimos também nós a acção do Espírito que nos impele, nos nossos dias, a pôr em prática a Nova Evangelização, com novos métodos e um novo ardor de santidade. Rezemos pelos bons frutos espirituais do Congresso sobre a Nova Evangelização que decorrerá em Lisboa, de 6 a 13 de Novembro.

O Espírito Santo gera a unidade

São Paulo, fala-nos da unidade da Igreja a partir da imagem de um corpo, no qual cada um dos membros contribui para o bem de todos, desempenhando distintas funções. Na Igreja a unidade do corpo é obtida pelo dom do Espírito divino que recebemos no Batismo. A diversidade de carismas existentes nos seus membros é a manifestação sempre atual dos dons do mesmo Espírito Santo, derramado em nossos corações.

O Espírito Santo com o dom das línguas, permitiu aos judeus e aos homens presentes em Jerusalém, «oriundos de todas as nações que existem debaixo dos céus» (1ª leitura) a compreensão maravilhosa da pregação Apostólica. O Espírito Santo unifica os homens dos mais diversos povos. Esta é a obra fundamental do Espírito Divino: congregar na unidade, fazer de povos e homens diferentes um só povo, o Povo de Deus, a Igreja. E assim, todos nós formamos um só corpo: «judeus e gregos, escravos e homens livres, batizados num só Espírito constituímos um só Corpo», afirma S. Paulo na segunda leitura. Apesar da diversidade de carismas dentro da Igreja, o Espírito Santo gera comunhão. Deste modo, a diversidade dos dons recebidos por cada um constrói a unidade da grande família de Deus, dispersa por toda terra.

Já existe uma semana ou oitavário de oração pela unidade dos cristãos. Hoje podemos pedir ao Espírito Santo que manifeste definitivamente essa unidade tão desejada pelo próprio Senhor: haja um só rebanho e um só Pastor. Ou, segundo as palavras de S. Paulo, rezemos para que sejamos todos um só Corpo, nós que fomos batizados em Cristo e ungidos com o seu Espírito Santo.

Fala o Santo Padre
«O Espírito Santo transformou radicalmente os Apóstolos.»

[...]

7. «Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor» (Cântico ao Evangelho). Façamos nossa esta invocação da liturgia de hoje. O Espírito Santo transformou radicalmente os Apóstolos, que se tinham fechado receosos no Cenáculo, em fervorosos Arautos do Evangelho. O Espírito continua a amparar a Igreja na sua missão evangelizadora ao longo dos séculos, suscitando em todas as épocas testemunhas corajosas da fé.

Com os Apóstolos, recebei o dom do Espírito à Virgem Maria (cf. At 1, 14). Juntamente com ela, em comunhão com os Santos, imploramos por nossa vez o prodígio de um renovado Pentecostes para a Igreja. Pedimos que desça sobre a humanidade do nosso tempo a abundância dos dons do Espírito Santo.

João Paulo II, Roma, 19 de Maio de 2002

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Primeira Postagem...


Antes de tudo, rezemos a Oração ao Divino Espírito Santo:

Vinde Espírito Santo,
enchei o coração dos
vossos fieis, e acendei
neles o fogo do vosso Amor.

V.: Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado
R.: E renovareis a face da Terra.

Oremos: ó Deus que instituistes os corações
dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo,
fazei que apreciemos retamente todas as coisas
Segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre
de suas consolações. Por Cristo Senhor nosso, Amém.


Queridos irmãos e irmãs no Cristo Jesus,
é cumprindo um desejo do Santo Padre Bento XVI, que a Pastoral da Comunicação se lança no mar digital dos blogs, e nada melhor para criar um blog do que a Palavra de Deus.
Aqui colocaremos para vocês as leituras das Missas dominicais e das Solenidades, para que antes você possa refletir sobre o Evangelho.

Não há data melhor para lançarmos este blog do que a Festa do Divino Espirito Santo, o nosso Padroeiro, e quando a nossa Igreja celebra o centenário de sua construção.

Que o Espírito Santo, a Alma da Igreja, ns ilumine e nos conduza a sermos sempre mais fieis ao projeto que o Senhor Jesus quer para as nossas vidas.


PASTORAL DA COMUNICAÇÃO