domingo, 23 de maio de 2010

Leituras da Solenidade da Santíssima Trindade


Antes de ler e refletir sobre os textos, reze:

Espirito Santo, Alma da Igreja, Amor do Pai e do Filho, abri meu coração e minha mente, para que eu possa meditar, entender e aplicar em minha vidas as Vossas Santas Palavras.


LEITURA I – Prov 8,22-31
Leitura do Livro dos Provérbios:
Eis o que diz a Sabedoria de Deus: «O Senhor me criou como primícias da sua atividade, antes das suas obras mais antigas.
Desde a eternidade fui formada, desde o princípio, antes das origens da terra.
Antes de existirem os abismos e de brotarem as fontes das águas, já eu tinha sido concebida.
Antes de se implantarem as montanhas e as colinas, já eu tinha nascido; ainda o Senhor não tinha feito a terra e os campos, nem os primeiros elementos do mundo.
Quando Ele consolidava os céus, eu estava presente;
Quando traçava sobre o abismo a linha do horizonte, quando condensava as nuvens nas alturas, quando fortalecia as fontes dos abismos, quando impunha ao mar os seus limites para que as águas não ultrapassassem o seu termo, quando lançava os fundamentos da terra, eu estava a seu lado como arquiteto, cheia de júbilo, dia após dia, deleitando-me continuamente na sua presença.
Deleitava-me sobre a face da terra e as minhas delícias eram estar com os filhos dos homens».

SALMO RESPONSORIAL – Salmo 8
Refrão: Como sois grande em toda a terra, Senhor, nosso Deus!
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes, que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes?

Fizestes dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes; destes-lhes poder sobre a obra das vossas mãos, tudo submetestes a seus pés:

Ovelhas e bois, todos os rebanhos, e até os animais selvagens, as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos.

LEITURA II – Rom 5,1-5
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos,
apoiados na esperança da glória de Deus.
Mais ainda, gloriamo-nos nas nossas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz a constância, a constância a virtude sólida, a virtude sólida a esperança.
Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado.

EVANGELHO – Jo 16,12-15
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer,
mas não as podeis compreender agora.
Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que está para vir.
Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará.
Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vo-lo anunciará».

REFLEXÃO
TRINDADE, COMUNIDADE DE AMOR
Re-iniciamos o Tempo Comum, e podemos dizer que não encerrou-se o Tempo Pascal, mas que iniciamos agora o “tempo da Igreja”. Tempo do anúncio, do testemunho, da missão: tarefa essencial dos discípulos de Jesus Cristo.
Celebramos intensamente os mistérios da Paixão, Morte, Ressurreição, Ascensão e do Pentecostes, e embebidos do vigor e do ânimo advindos do Mistério Pascal do Senhor somos enviados pelo mundo inteiro para anunciar esta grande Boa - Nova: Jesus Cristo, Deus Eterno, Deus da Vida (Mt 28,19).
E neste início de itinerário de anúncio do Senhor e de seu Reino, Deus se nos manifesta de um modo particular, e nos mostra seu “jeito de ser”: COMUNIDADE, FAMÍLIA.
Não queremos adentrar no Mistério da Santíssima Trindade, porque nos faltam até mesmo expressões para tenta falar do Deus Trino. Aí, é quando recorremos à velha história de Santo Agostinho (o menino, o buraquinho na praia e o mar).
Para nós, basta centrarmo-nos na ideia de Deus como uma família bem unida, e família bem unida no Amor. Deus, dessa forma é plena e unicamente Amor, uma Comunidade Perfeita, onde Um revela a face do Outro.
Neste sentido, a Liturgia da Solenidade da Santíssima Trindade, nesse ano C, nos propõe Leituras que nos falam dessa realidade.
Na Primeira Leitura do livro dos Provérbios, a Sabedoria de Deus, o próprio “Verbo”, nos revela um Deus atemporal, presente desde tudo e por tudo: Deus eterno. Um Deus que em nada se prende a Si, mas que por fim, sente “alegria em estar com os filhos dos homens.” (Pr 8, 31)
São Paulo em sua carta aos Romanos nos diz que os justificados por Deus herdam as graças que vêem do próprio Pai. E ser justificado por Deus, é ter a oportunidade de fazer parte do número de seus eleitos, de ter sobre si a garça e a misericórdia do Altíssimo: acesso à Salvação. De nossa parte, cabe a adesão total e incondicional à obra do Deus – Amor: anunciar suas maravilhas, sua Bondade, seu Reino de justiça e libertação.
Todos os que se propõem a essa obra recebem de Deus o Espírito fortificador que impulsiona e dá força para o anúncio. Não importam as tribulações. Inclusive essas, são meio de perseverança e esperança na proclamação da Boa-Nova. Aí, “a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).
Por fim, João é enfático ao acentuar que o Espírito é aquele que nos traz a “luz da verdade”, Ele é o “Espírito da Verdade” (Jo 16, 13). E é Verdade porque é Deus, e sendo Deus não está centrado em si mesmo, “não fala de si mesmo”, mas mostra o Pai e o Filho Glorificado. E o Pai e o Filho são comunhão, não há nada entre Eles: tudo o que é do Pai é do Filho, e vice e versa. Essa comunhão atesta a unidade entre o plano salvador do Pai, proposto nas palavras de Jesus e tornado realidade na vida da Igreja, por ação do Espírito.
Esta Solenidade, lançando-nos e interpelando-nos para o anúncio e para a própria busca dessa unidade expressa pelo Deus – Trino, nos mostra a manifestação do Espírito de amor a cada um de nós, para que, amando-nos como o próprio Cristo nos amou, entremos em intimidade com a divina Comunidade de Amor

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